ESPETÁCULO “CONCERTO DE ISPINHO E FULÔ” ENCENA O UNIVERSO DO POETA PATATIVA DO ASSARÉ NO CEARÁ E PERNAMBUCO.
Com direção de Rogério Tarifa, a Cia. do Tijolo reúne artistas de três importantes grupos de teatro da cidade de São Paulo e apresenta em cidades do Ceará e Pernambuco seu primeiro espetáculo, “Concerto de Ispinho e Fulô”, inspirado na vida e na obra do poeta Patativa do Assaré.
*Vencedor do Prêmio CPT 2009 de Melhor Projeto Sonoro
*Duas Indicações ao Prêmio Shell 2009
(Categoria Especial pela pesquisa e montagem do espetáculo e Direção Musical)
*Indicado ao Prêmio CPT 2009 de Melhor espetáculo em espaço não-convencional
A „Rádio Caldeirão, conexão São Paulo/Assaré‟, inicia sua homenagem ao poeta Patativa do Assaré e ao Sítio Caldeirão de Santa Cruz dos Desertos. No centro do palco, o poeta Patativa nasce dos escombros do Sítio Caldeirão. Uma companhia de teatro vinda de São Paulo faz uma viagem no tempo e chega ao Cariri com o objetivo de entrevistar Antônio Gonçalves da Silva, o Poeta. À medida em que Patativa engendra seus versos, desfilam diante dos olhos do público as dores da seca, os animados bailes de sua gente, a receptividade do sertanejo, a graça de suas histórias, seus desejos e suas inquietações, suas esperanças e desilusões. O que seria uma entrevista costumeira, se transforma em um grande passeio, um verdadeiro encontro entre seres humanos e entre dois mundos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes: São Paulo-Assaré/Brasil.
“Concerto de Ispinho e Fulô”, espetáculo brotado da vida e da obra do poeta Patativa do Assaré, sob a ótica das concepções do educador Paulo Freire acerca da formação do sujeito consciente, traz à tona a sua incansável e constante luta pelos direitos igualitários entre os homens, a exaltação à natureza e a sua adorada terra, a irreverência poética. É um espetáculo envolvente e emocionante, no qual os espectadores participam como se estivessem no quintal da casa do Poeta, tomando café, dando seus depoimentos, iluminando a cena e cantando.
Contemplado pelo Concurso de Apoio a Projetos de Produção de Espetáculo Inédito da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo através do Programa de Ação Cultural 2008, e agora em turnê pelo Nordeste com apoio do Governo Federal (FUNARTE), do SESC Ceará, do SESC Pernambuco e da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, esse é o primeiro espetáculo teatral da recém-formada Cia. do Tijolo. Essa jovem companhia reúne artistas de três importantes companhias de teatro de São Paulo, como os atores Dinho Lima Flor e Fabiana Vasconcelos Barbosa, ex-integrantes da Casa Laboratório para as Artes do Teatro; Rodrigo Mercadante e Karen Menatti, atores do Teatro Ventoforte; e o diretor Rogério Tarifa, integrante da Cia. São Jorge de Variedades, na qual dirigiu a peça O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado, ganhador do prêmio Shell de melhor figurino 2008, criação da figurinista Silvana Marcondes, que assina o figurino de “Concerto de Ispinho e Fulô”. O desenho de luz é do iluminador Fábio Retti, também ganhador do prêmio Shell de Iluminação, em 2007, por seu trabalho em O Homem Provisório.
A música tem presença marcante em “Concerto de Ispinho e Fulô”. Executada ao vivo por um violão, uma viola, um acordeom e percussão, ela remete a musicalidade dos poemas de Patativa. A escolha das músicas foi cuidadosamente feita com base numa pesquisa sobre as sonoridades do sertão e nas cantigas cantadas há muitas gerações pelo povo. Passa por compositores como Luiz Gonzaga, Nelson Cavaquinho e Adoniran Barbosa, entre outros, além de composições inéditas de Jonathan Silva.
“Concerto de Ispinho e Fulô” é mais que contar causos com a graça própria dos poemas de Patativa. É também apresentar para o público que não conhece esse grande poeta a sua causa humanista e universal, o seu lirismo incomum, a sua capacidade de expressão no campo musical e, sobretudo, a perspicácia de quem vive as peculiares circunstâncias do seu sertão, interpretando como poucos os sentimentos de sua gente.
Não se trata, no entanto, de um espetáculo biográfico. É, antes de mais nada, uma apologia à vida elevada ao estado de poesia pura, ao poder da poesia que tem como linha mestra a comunicação direta e pungente; é também uma reflexão sobre a identidade sertaneja em contraste com o estilo de vida nas grandes cidades.
Com direção de Rogério Tarifa, a Cia. do Tijolo reúne artistas de três importantes grupos de teatro da cidade de São Paulo e apresenta em cidades do Ceará e Pernambuco seu primeiro espetáculo, “Concerto de Ispinho e Fulô”, inspirado na vida e na obra do poeta Patativa do Assaré.
*Vencedor do Prêmio CPT 2009 de Melhor Projeto Sonoro
*Duas Indicações ao Prêmio Shell 2009
(Categoria Especial pela pesquisa e montagem do espetáculo e Direção Musical)
*Indicado ao Prêmio CPT 2009 de Melhor espetáculo em espaço não-convencional
A „Rádio Caldeirão, conexão São Paulo/Assaré‟, inicia sua homenagem ao poeta Patativa do Assaré e ao Sítio Caldeirão de Santa Cruz dos Desertos. No centro do palco, o poeta Patativa nasce dos escombros do Sítio Caldeirão. Uma companhia de teatro vinda de São Paulo faz uma viagem no tempo e chega ao Cariri com o objetivo de entrevistar Antônio Gonçalves da Silva, o Poeta. À medida em que Patativa engendra seus versos, desfilam diante dos olhos do público as dores da seca, os animados bailes de sua gente, a receptividade do sertanejo, a graça de suas histórias, seus desejos e suas inquietações, suas esperanças e desilusões. O que seria uma entrevista costumeira, se transforma em um grande passeio, um verdadeiro encontro entre seres humanos e entre dois mundos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes: São Paulo-Assaré/Brasil.
“Concerto de Ispinho e Fulô”, espetáculo brotado da vida e da obra do poeta Patativa do Assaré, sob a ótica das concepções do educador Paulo Freire acerca da formação do sujeito consciente, traz à tona a sua incansável e constante luta pelos direitos igualitários entre os homens, a exaltação à natureza e a sua adorada terra, a irreverência poética. É um espetáculo envolvente e emocionante, no qual os espectadores participam como se estivessem no quintal da casa do Poeta, tomando café, dando seus depoimentos, iluminando a cena e cantando.
Contemplado pelo Concurso de Apoio a Projetos de Produção de Espetáculo Inédito da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo através do Programa de Ação Cultural 2008, e agora em turnê pelo Nordeste com apoio do Governo Federal (FUNARTE), do SESC Ceará, do SESC Pernambuco e da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, esse é o primeiro espetáculo teatral da recém-formada Cia. do Tijolo. Essa jovem companhia reúne artistas de três importantes companhias de teatro de São Paulo, como os atores Dinho Lima Flor e Fabiana Vasconcelos Barbosa, ex-integrantes da Casa Laboratório para as Artes do Teatro; Rodrigo Mercadante e Karen Menatti, atores do Teatro Ventoforte; e o diretor Rogério Tarifa, integrante da Cia. São Jorge de Variedades, na qual dirigiu a peça O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado, ganhador do prêmio Shell de melhor figurino 2008, criação da figurinista Silvana Marcondes, que assina o figurino de “Concerto de Ispinho e Fulô”. O desenho de luz é do iluminador Fábio Retti, também ganhador do prêmio Shell de Iluminação, em 2007, por seu trabalho em O Homem Provisório.
A música tem presença marcante em “Concerto de Ispinho e Fulô”. Executada ao vivo por um violão, uma viola, um acordeom e percussão, ela remete a musicalidade dos poemas de Patativa. A escolha das músicas foi cuidadosamente feita com base numa pesquisa sobre as sonoridades do sertão e nas cantigas cantadas há muitas gerações pelo povo. Passa por compositores como Luiz Gonzaga, Nelson Cavaquinho e Adoniran Barbosa, entre outros, além de composições inéditas de Jonathan Silva.
“Concerto de Ispinho e Fulô” é mais que contar causos com a graça própria dos poemas de Patativa. É também apresentar para o público que não conhece esse grande poeta a sua causa humanista e universal, o seu lirismo incomum, a sua capacidade de expressão no campo musical e, sobretudo, a perspicácia de quem vive as peculiares circunstâncias do seu sertão, interpretando como poucos os sentimentos de sua gente.
Não se trata, no entanto, de um espetáculo biográfico. É, antes de mais nada, uma apologia à vida elevada ao estado de poesia pura, ao poder da poesia que tem como linha mestra a comunicação direta e pungente; é também uma reflexão sobre a identidade sertaneja em contraste com o estilo de vida nas grandes cidades.
Sobre Patativa do Assaré
De Antônio Gonçalves da Silva a Patativa do Assaré. Do homem ao Poeta.
“Sou brasileiro filho do nordeste. Sou cabra da peste, sou do Ceará”.
Qual caminho percorre um homem semi-analfabeto com todo um mundo contra si, até atingir a poesia? Gênio, genética, sorte, estado de graça? Pode essa trajetória ética/estética, sendo destrinchada, interessar a nós, habitantes das grandes cidades do século 21? A Cia. Do Tijolo acredita que sim. E aí está a razão de seu trabalho, e nessas perguntas, os motores primeiros de sua pesquisa.
As penas acinzentadas, as asas e cauda pretas da patativa, pássaro cantador que habita o Nordeste brasileiro, batizaram o poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, quem complentaria 100 anos em 2009. Filho de agricultores, Patativa nasceu no dia 5 de março de 1909, em Serra de Santana. Poeta autodidata com apenas seis meses de estudo formal, Patativa ganhou projeção em todo o Brasil nos anos 50 por ocasião da regravação de "Triste Partida", toada de retirante gravada por Luiz Gonzaga.
Desde cedo, o menino Antônio Gonçalves da Silva teve que se dedicar a roça, espaço síntese de labor e criação, onde natureza e cultura dialogavam e se ofereciam como seu laboratório. Ainda criança, começou a perder a visão, vítima de uma doença chamada por ele de “mal dos olhos”. Ainda assim, curioso de tudo o que havia em volta e além, o pequeno Patativa ensaiava seus vôos versejando enquanto carpia. A idade adulta chegou com o mesmo cenário com as mesmas dificuldades, porém com vôos mais altos: poesia difundida em livros, em discos, em filmes e objeto de análise em universidades e uma legião cada vez maior de admiradores e fãs. Sua poesia denunciou e denuncia as injustiças sociais, que somadas ao clima pouco favorável do sertão, fazem a tragédia cotidiana do povo sertanejo. Mas o Poeta também falou do amor, do vício, contou histórias, tratou enfim da experiência humana. Faleceu no ano de 2002 em Assaré.
A vida e a obra de Patativa vêm despertando cada vez mais o interesse de pesquisadores, com publicações de antologias, estudos críticos e produções audiovisuais. Poeta itinerante, criador de imagens definitivas, como “Brasil de Cima e Brasil de Baixo”, pioneiro na luta pela Reforma Agrária no país. Sobre sua obra, convencionou-se afirmar que “o que faz a força e o sabor da poesia de Patativa é, sem dúvida, o vínculo indestrutível entre o poeta, o sertão e o público”. Por isso, esse espetáculo busca trazer à tona, através de seus versos, a dramaticidade pungente da lira e da vida pessoal do Trovador do Assaré, seus elementos musicais, e a atmosfera do sertão.
Patativa, poeta humanista, homem simples e profundo. Através de suas trovas transmuta em arte o sofrimento de um povo. Cantar e contar sua poesia e suas histórias é proporcionar aos espectadores a oportunidade de reviver sua própria história através de um resgate musical, sonoro e poético. Em um Brasil que ainda tem suas raízes fincadas no jeito simples de se viver, na generosidade interiorana de se receber um estranho, na religiosidade e no silêncio para entender tanto as vozes dos pássaros como as vozes Deus, a poesia de Patativa é uma travessia do regional para o universal, tocando cada espectador por sua graça e por sua pungência.
De Antônio Gonçalves da Silva a Patativa do Assaré. Do homem ao Poeta.
“Sou brasileiro filho do nordeste. Sou cabra da peste, sou do Ceará”.
Qual caminho percorre um homem semi-analfabeto com todo um mundo contra si, até atingir a poesia? Gênio, genética, sorte, estado de graça? Pode essa trajetória ética/estética, sendo destrinchada, interessar a nós, habitantes das grandes cidades do século 21? A Cia. Do Tijolo acredita que sim. E aí está a razão de seu trabalho, e nessas perguntas, os motores primeiros de sua pesquisa.
As penas acinzentadas, as asas e cauda pretas da patativa, pássaro cantador que habita o Nordeste brasileiro, batizaram o poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, quem complentaria 100 anos em 2009. Filho de agricultores, Patativa nasceu no dia 5 de março de 1909, em Serra de Santana. Poeta autodidata com apenas seis meses de estudo formal, Patativa ganhou projeção em todo o Brasil nos anos 50 por ocasião da regravação de "Triste Partida", toada de retirante gravada por Luiz Gonzaga.
Desde cedo, o menino Antônio Gonçalves da Silva teve que se dedicar a roça, espaço síntese de labor e criação, onde natureza e cultura dialogavam e se ofereciam como seu laboratório. Ainda criança, começou a perder a visão, vítima de uma doença chamada por ele de “mal dos olhos”. Ainda assim, curioso de tudo o que havia em volta e além, o pequeno Patativa ensaiava seus vôos versejando enquanto carpia. A idade adulta chegou com o mesmo cenário com as mesmas dificuldades, porém com vôos mais altos: poesia difundida em livros, em discos, em filmes e objeto de análise em universidades e uma legião cada vez maior de admiradores e fãs. Sua poesia denunciou e denuncia as injustiças sociais, que somadas ao clima pouco favorável do sertão, fazem a tragédia cotidiana do povo sertanejo. Mas o Poeta também falou do amor, do vício, contou histórias, tratou enfim da experiência humana. Faleceu no ano de 2002 em Assaré.
A vida e a obra de Patativa vêm despertando cada vez mais o interesse de pesquisadores, com publicações de antologias, estudos críticos e produções audiovisuais. Poeta itinerante, criador de imagens definitivas, como “Brasil de Cima e Brasil de Baixo”, pioneiro na luta pela Reforma Agrária no país. Sobre sua obra, convencionou-se afirmar que “o que faz a força e o sabor da poesia de Patativa é, sem dúvida, o vínculo indestrutível entre o poeta, o sertão e o público”. Por isso, esse espetáculo busca trazer à tona, através de seus versos, a dramaticidade pungente da lira e da vida pessoal do Trovador do Assaré, seus elementos musicais, e a atmosfera do sertão.
Patativa, poeta humanista, homem simples e profundo. Através de suas trovas transmuta em arte o sofrimento de um povo. Cantar e contar sua poesia e suas histórias é proporcionar aos espectadores a oportunidade de reviver sua própria história através de um resgate musical, sonoro e poético. Em um Brasil que ainda tem suas raízes fincadas no jeito simples de se viver, na generosidade interiorana de se receber um estranho, na religiosidade e no silêncio para entender tanto as vozes dos pássaros como as vozes Deus, a poesia de Patativa é uma travessia do regional para o universal, tocando cada espectador por sua graça e por sua pungência.
Sobre a Cia. do Tijolo
Patativa, Paulo Freire, e a Cia. do Tijolo
Por Rodrigo Mercadante
A idéia de fundar a Cia. Do Tijolo surgiu do desejo de Dinho Lima Flor de criar um trabalho sobre a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré. Juntaram-se a ele Fabiana Vasconcelos Barbosa e Rodrigo Mercadante. De um primeiro contato com seus poemas, nasceu o show “Cante Lá que eu Canto Cá”, uma espécie de sarau literário e musical. Mas não foi o bastante. Na medida em que se aprofundavam na obra do poeta, perceberam que o Show não era o suficiente para abarcar a complexidade da obra, e principalmente, não revelava ao público a singularidade da trajetória de vida desse agricultor, poeta e cantador.
Foi a partir desse desejo de mergulhar a fundo na vida e na obra do Poeta que formou-se um grupo de pessoas interessadas em descobrir qual seria a melhor forma de levar Patativa aos palcos. Era preciso que se encontrasse um ponto de vista, um ponto de partida para poder LER Patativa e encará-lo sem se perder na infinidade de assuntos dos quais ele trata ou sem cair na tentação de simplesmente dramatizar sua biografia.
A luz veio em uma conversa entre Rodrigo Mercadante, o diretor Ilo Krugli e a educadora Rita Roseno, em Theotônio Villela, cidade com um baixíssimo índice de desenvolvimento humano localizada no interior de Alagoas. De uma conversa sobre o fato de o Brasil possuir um dos maiores índices de analfabetismo funcional do mundo, veio o assombro com a contradição desse fato acontecer no país onde o grande educador Paulo Freire desenvolveu sua pedagogia do oprimido. A Pedagogia do Oprimido consiste em partir da realidade do alfabetizando, do valor pragmático das coisas, de suas situações existenciais, para fazê-lo alçar vôo em direção ao entendimento de seu lugar, enquanto sujeito da história.
A conexão se fez imediatamente. Patativa foi um homem que estudou só seis meses e desenvolveu extraordinariamente em si as possibilidades poéticas, práticas, reflexivas no manejo da língua. Qual caminho percorreu Antônio Gonçalves da Silva até alçar vôo e chegar à Patativa? Talvez as concepções de Paulo Freire sobre o conhecimento e sobre o ser humano nos desse um norte para a leitura e análise da obra do mestre cearense.
E é aí que se explica o nome do grupo Cia. Do Tijolo. O primeiro passo no processo de alfabetização do método criado por Paulo Freire é o levantamento do universo vocabular dos grupos com que se trabalha; são palavras ligadas às experiências existenciais, profissionais e políticas dos participantes dos diferentes grupos. Foi assim que em Brasília, cidade ainda em construção nos anos 60, surgiu entre os estudantes de Paulo Freire a palavra TIJOLO.
Para essa aventura de criar um trabalho conjunto, vieram Rogério Tarifa, Karen Menatti, Aloísio Oliver, Maurício Damasceno, Jonathan Silva e Thais Pimpão. Com eles, as histórias pessoais e profissionais de cada um. Vieram as experiências com Ventoforte, Casa Laboratório para as Artes do Teatro e Cia. São Jorge. Vieram Tacaimbó, Belo Horizonte, Maringá, Vitória e São Paulo. E hoje, a Cia. do Tijolo vive a aventura de construir o que é a Cia. Do Tijolo. Por enquanto a Cia. do Tijolo é um recém-nascido que tateia e deseja. Tijolo é sua palavra geradora, seu princípio de orientação na construção do “Concerto de Ispinho e Fulô”.
Patativa, Paulo Freire, e a Cia. do Tijolo
Por Rodrigo Mercadante
A idéia de fundar a Cia. Do Tijolo surgiu do desejo de Dinho Lima Flor de criar um trabalho sobre a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré. Juntaram-se a ele Fabiana Vasconcelos Barbosa e Rodrigo Mercadante. De um primeiro contato com seus poemas, nasceu o show “Cante Lá que eu Canto Cá”, uma espécie de sarau literário e musical. Mas não foi o bastante. Na medida em que se aprofundavam na obra do poeta, perceberam que o Show não era o suficiente para abarcar a complexidade da obra, e principalmente, não revelava ao público a singularidade da trajetória de vida desse agricultor, poeta e cantador.
Foi a partir desse desejo de mergulhar a fundo na vida e na obra do Poeta que formou-se um grupo de pessoas interessadas em descobrir qual seria a melhor forma de levar Patativa aos palcos. Era preciso que se encontrasse um ponto de vista, um ponto de partida para poder LER Patativa e encará-lo sem se perder na infinidade de assuntos dos quais ele trata ou sem cair na tentação de simplesmente dramatizar sua biografia.
A luz veio em uma conversa entre Rodrigo Mercadante, o diretor Ilo Krugli e a educadora Rita Roseno, em Theotônio Villela, cidade com um baixíssimo índice de desenvolvimento humano localizada no interior de Alagoas. De uma conversa sobre o fato de o Brasil possuir um dos maiores índices de analfabetismo funcional do mundo, veio o assombro com a contradição desse fato acontecer no país onde o grande educador Paulo Freire desenvolveu sua pedagogia do oprimido. A Pedagogia do Oprimido consiste em partir da realidade do alfabetizando, do valor pragmático das coisas, de suas situações existenciais, para fazê-lo alçar vôo em direção ao entendimento de seu lugar, enquanto sujeito da história.
A conexão se fez imediatamente. Patativa foi um homem que estudou só seis meses e desenvolveu extraordinariamente em si as possibilidades poéticas, práticas, reflexivas no manejo da língua. Qual caminho percorreu Antônio Gonçalves da Silva até alçar vôo e chegar à Patativa? Talvez as concepções de Paulo Freire sobre o conhecimento e sobre o ser humano nos desse um norte para a leitura e análise da obra do mestre cearense.
E é aí que se explica o nome do grupo Cia. Do Tijolo. O primeiro passo no processo de alfabetização do método criado por Paulo Freire é o levantamento do universo vocabular dos grupos com que se trabalha; são palavras ligadas às experiências existenciais, profissionais e políticas dos participantes dos diferentes grupos. Foi assim que em Brasília, cidade ainda em construção nos anos 60, surgiu entre os estudantes de Paulo Freire a palavra TIJOLO.
Para essa aventura de criar um trabalho conjunto, vieram Rogério Tarifa, Karen Menatti, Aloísio Oliver, Maurício Damasceno, Jonathan Silva e Thais Pimpão. Com eles, as histórias pessoais e profissionais de cada um. Vieram as experiências com Ventoforte, Casa Laboratório para as Artes do Teatro e Cia. São Jorge. Vieram Tacaimbó, Belo Horizonte, Maringá, Vitória e São Paulo. E hoje, a Cia. do Tijolo vive a aventura de construir o que é a Cia. Do Tijolo. Por enquanto a Cia. do Tijolo é um recém-nascido que tateia e deseja. Tijolo é sua palavra geradora, seu princípio de orientação na construção do “Concerto de Ispinho e Fulô”.
Para Roteiro:
CONCERTO DE ISPINHO E FULÔ
Dramaturgia: Cia. do Tijolo a partir da vida e da obra do poeta Patativa do Assaré.
“Concerto de Ispinho e Fulô”, espetáculo teatral brotado da vida e da obra do poeta Patativa do Assaré sob a ótica das concepções do educador Paulo Freire. A montagem traz à tona a incansável e constante luta de Patativa pelos direitos igualitários entre os homens, a exaltação à natureza e a sua adorada terra e sua irreverência poética. Busca também as relações possíveis entre dois mundos aparentemente distantes: a megalópole São Paulo e o Sertão, o erudito e o popular, o urbano e o rural. Indicado ao Prêmio Shell 2009 (Direção Musical e Categoria especial, pela pesquisa e montagem do espetáculo) e ao Prêmio CPT 2009 (Projeto Sonoro e Melhor espetáculo em espaço não-convencional). Com a Cia. do Tijolo. Direção: Rogério Tarifa – Elenco: Dinho Lima Flor, Lilian de Lima/Fabiana Vasconcelos Barbosa, Karen Menatti, Rodrigo Mercadante e Thais Pimpão - Músicos: Aloísio Oliver, William Guedes/Jonathan Silva, Maurício Damasceno - Direção Musical: William Guedes - Figurino: Silvana Marcondes - Desenho de Luz: Fábio Retti - Composições: Jonathan Silva e Dinho Lima Flor - Produção: Elisa Dutra.
Duração: 120 minutos. Espetáculo recomendável para maiores de 14 anos.
Contato Produção:
Elisa Dutra
elisa.dutra@gmail.com
88 9980-3132 /11 9453-2048 /11 7577-8700
CONCERTO DE ISPINHO E FULÔ
Dramaturgia: Cia. do Tijolo a partir da vida e da obra do poeta Patativa do Assaré.
“Concerto de Ispinho e Fulô”, espetáculo teatral brotado da vida e da obra do poeta Patativa do Assaré sob a ótica das concepções do educador Paulo Freire. A montagem traz à tona a incansável e constante luta de Patativa pelos direitos igualitários entre os homens, a exaltação à natureza e a sua adorada terra e sua irreverência poética. Busca também as relações possíveis entre dois mundos aparentemente distantes: a megalópole São Paulo e o Sertão, o erudito e o popular, o urbano e o rural. Indicado ao Prêmio Shell 2009 (Direção Musical e Categoria especial, pela pesquisa e montagem do espetáculo) e ao Prêmio CPT 2009 (Projeto Sonoro e Melhor espetáculo em espaço não-convencional). Com a Cia. do Tijolo. Direção: Rogério Tarifa – Elenco: Dinho Lima Flor, Lilian de Lima/Fabiana Vasconcelos Barbosa, Karen Menatti, Rodrigo Mercadante e Thais Pimpão - Músicos: Aloísio Oliver, William Guedes/Jonathan Silva, Maurício Damasceno - Direção Musical: William Guedes - Figurino: Silvana Marcondes - Desenho de Luz: Fábio Retti - Composições: Jonathan Silva e Dinho Lima Flor - Produção: Elisa Dutra.
Duração: 120 minutos. Espetáculo recomendável para maiores de 14 anos.
Contato Produção:
Elisa Dutra
elisa.dutra@gmail.com
88 9980-3132 /11 9453-2048 /11 7577-8700
DATA: 20/03/2010 (SÁBADO)
LOCAL: TEATRO RUI LIMEIRA ROSAL (SESC CARUARU)
INVESTIMENTO:
Inteira / R$ 10,00
Meia entrada / R$ 5,00 (comerciário/dependente, estudante, professor, artista, idoso)
O Sesc Caruaru fica na Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis – Caruaru.
Mais informações:
(81) 3721 3967
culturasesccaruaru@gmail.com
Alex Deplex - Cultura
SESC CARUARU
Meia entrada / R$ 5,00 (comerciário/dependente, estudante, professor, artista, idoso)
O Sesc Caruaru fica na Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis – Caruaru.
Mais informações:
(81) 3721 3967
culturasesccaruaru@gmail.com
Alex Deplex - Cultura
SESC CARUARU
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