A fotografia contemporânea traz a tona questionamentos acerca da sua essência: a experiência visual. Mais que representar a realidade, o sentido da fotografia se ampliou seguindo as tendências das novas tecnologias e suas diversas possibilidades além dos desafios em tratar de questões habituais sobre a relação de sujeito e mundo. Na fotografia abstrata as referências do mundo real se dissolvem, o observador é transportado ao universo da imaginação e do estranhamento em produções imagéticas intrigantes que promovem novas subjetividades. A abstração fotográfica vai além do que propõe a pintura abstrata, já que parte do real, e na tentativa de buscar ligações compreensíveis, o espectador re-significa sua relação com a materialidade e a abstração. O desejo plástico entre a pintura e a fotografia foi o que motivou as criações de Breno César, que podemos observar nas obras desta exposição. Suas fotografias tentam provocar, expandir e reorganizar os sentidos do observador através de imagens de coisas e objetos aparentemente banais, numa sofisticada composição orgânica de cores e texturas que amplificam seu olhar. Breno César, artista multimídia, é natural de Caruaru e graduado em Arte e Mídia pela Universidade Federal de Campina Grande, atualmente reside em Recife onde tem uma intensa produção em fotografia e videoarte.
Valkíria Dias
PROGRAMAÇÃO: Sobre o Tema:
Pequenos infinitos é um desejo plástico entre a pintura e a fotografia, onde plantas, comidas, objetos ou coisas aparentemente banais e perecíveis ganham um olhar que suscita o estranhamento e talvez a beleza. Independentemente de qual assunto seja ou de que matéria prima surge a imagem, tento provocar, interferir ou reorganizar tais matérias na intenção de tudo se confundir e expandir em novos sentidos esse universo de possibilidades plásticas. Assim como na pintura, a fotografia abstrata tenta negar as representações do mundo real concreto, tenta fugir da reprodução figurativa do mundo visível comum. Apresento neste trabalho, imagens construídas a partir de estados interiores, do emocional e do intuitivo, usando cores intensas e contrastantes, formas desfiguradas e orgânicas entre a imaginação e a natureza. Vejo paisagens de um mundo sempre em construção e movimento nas cores, nos volumes e texturas que amplificam nosso olhar de modo infinito a cada aproximação e nos levam a compreender a fotografia entre o inteligível, o sensível e o orgânico. Busco concretizar e “esculpir” essas imagens, materializá-las mesmo com as mãos, como algo visceral que se deixa expor, expurgar-se e fixar-se nesse mundo das coisas, para revelar, distorcer, dilatar e principalmente re-significar.Acredito no poder de imersão da imagem, de provocar sensações , de transformar nem que seja por um segundo quem a aprecia. Acredito na força da simplicidade sem que pra isso recorra para imagens óbvias e diretas. Penso a fotografia como um campo de vastas possibilidades, que pode provocar no espectador novas percepções, produzir a subjetividade inerente ao ato de olhar.
Local: Galeria Mestre Galdino
Período: de 02 de outubro a 01 de dezembro de 2009
Horário de funcionamento: segunda a sexta das 09h às 12h, das 14h às 17h e das 19h às 22h.
Agendamento de alunos para visitação e público em geral pelo fone: 3721-3967.
Entrada Franca.
GALERIA MESTRE GALDINO – (SESC Caruaru) Situada à Rua Rui Limeira Rosal, s/n – Petrópolis – Caruaru/PE, próximo ao (Parque 18 de Maio).
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